2º EM: O “O BEM AMADO” – Dias Gomes - 03/07/2017

Leitura, pesquisa, conversas informais e, o que era apenas uma ideia, foi tomando forma. O grupo compartimentado aparou as arestas e se fez único. Olhares, sorrisos, organização e muita criatividade. Com o apoio indispensável dos pais e muitas pernas, tecido comprado, costureira, patrocínio, ensaios e mais organização. A alegria veio solta, a música se fez expressão no tímido, a dança libertou o contido, o lanchinho foi o banquete precioso de horas de trabalho. Energia, responsabilidade, leveza e beleza. Distante da perfeição, ficamos com a criação.

Em 1962, Dias Gomes escreveu a peça Odorico, o Bem-Amado ou Os Mistérios do Amor e da Morte, que contava a história do emblemático Odorico Paraguaçu, um político corrupto, conquistador e hipócrita, porém repleto de carisma e com um discurso capaz de deixar pessoas de queixo caído pela eloquência e confiança com que falava. Cinquenta e cinco anos depois e a história remete aos dias de hoje? Sim, como se tivesse sido escrita em 2017.

Após duas famosas transposições para a televisão (uma novela em 1973 e uma minissérie com mesmo elenco exibida entre 1980 e 1984), O Bem-Amado – título reduzido em ambas às versões – se tornou uma das mais populares histórias de sátira e denúncia à corrupção política já feitas no Brasil.

A história chega ao palco do TUPEC pelas mãos da competente professora de história Solange Paron como parte integrante das experiências vividas pelos alunos do segundo ano do Ensino Médio. Com O Bem Amado, Solange reconta, de forma atualizada, a história de Odorico (Leonardo Darcádia), o político eleito da pacata cidade fictícia de Sucupira, na Bahia.

Tendo como fiéis escudeiros o secretário Dirceu Borboleta (Marcos Guarnieri) e as irmãs Dulcinéia (Raquel Baldin), Dorotéia (Laura Rege) e Judicéia (Lavínia Cassemiro), Odorico precisa inaugurar sua primeira obra como novo prefeito: um cemitério. O problema é que não morre ninguém na cidade. Para solucionar o problema, ele conta com diversas artimanhas como, até mesmo, contratar o perigoso matador Zeca Diabo (Fabricio Gianotti), assassino do seu predecessor.

As estratégias de Odorico para conseguir que um morto na cidade solidifique sua glória como prefeito trazem a marca inconfundível de Dias. E o político tem nas engraçadas irmãs Cajazeiras três mulheres que sonham em ser a primeira dama da cidade, seja na romântica Dulcinéia, na resguardada Dorotéia ou na espevitada Judicéia, a libidinosa, alcoólatra e mais nova do trio.

Com os neologismos do seu inigualável vocabulário, Odorico não fala, discursa. É o típico político que faz uso das palavras para conquistar a todos, sem exceção. E cria expressões enfeitadas para impressionar, como “mal-caratistas”, “emboramente”, “construimento” e “sigilento”. Quem não entende, claro, fica boquiaberto com a “inteligência” do prefeito. E ele ganha fama e inimigos no caminhar da carruagem.

Além disso, a peça traz outros personagens curiosos, como o bêbado Chico Moleza (João Vitor de Oliveira) e o cético jornalista Neco (Lucas Facco) que se apaixona pela doce e ousada Violeta, filha de Odorico que estuda na capital.

A ideia não chega a ser aprofundada e mostra o povo de Sucupira por meio do bêbado Molenga, único que não é próximo de Odorico, ou seja, uma referência ao povo submisso, volátil e enganado, já que se torna o coveiro do cemitério e nunca recebe seu salário.

O temido Zeca Diabo, mostra um personagem sombrio, de voz imponente, olhar fixo mas, ao mesmo tempo, o herói que o povo precisa para fazer a justiça necessária que povo, forças armadas e políticos despreparados são incapazes de prover.

O final pode surpreender aos que não conhecem o desfecho dado por Dias Gomes à história. O Bem-Amado fala de um personagem brasileiro emblemático que, como político, foi destruído pelo povo; e, como ser humano, foi destruído pelas pessoas próximas a ele. Pena que Odorico Paraguaçu represente muitos políticos, mas seu destino seja diferente daqueles que governam na vida real.


Ficha Técnica:

Adaptação e Direção: Professora Solange Paron.

Direção Musical: Gisele Lima.

Iluminação: Iramira Martins.

Apoio Professores: Pedro Lúcio da Silva, Wallace Aguiar, Heitor de Campos Junior.

Ingressos: Os alimentos foram revertidos para as entidades: Conferência Senhor Bom Jesus do Mirante – Mogi Mirim e Nosso Lar Assistência Cristã – Mogi Guaçu.

 

Abertura- Beatriz Caporalli
MÚSICA  1- Meu pai Oxalá
Narrador 1- Vitor Hugo
TEXTO 1- Gabriel Chung e Clara
MÚSICA  2- Marginália

CENA 1
Mestre Ambrósio (Valdir)
Zelão (Guilherme B.)
Demerval (Igor)
Moleza (João)
Beata (Alexia)

 

TEXTO 2 – Lais Vilela e Ana Livia

Cantada ao vivo – É doce morrer no mar
CENA 2
Odorico (Leonardo)
Demerval (Igor)
Mestre Ambrosio (Valdir)
Moleza (João)

Dorotéa (Laura Rege)

Dulcinéa (Raquel)

Judicéa (Lavinia)

Dirceu (Marco)

Zelão (Guilherme B.)

Beata (Alexia)

 

TEXTO 3 – Lais Ayello e Gabriel Chung

MÚSICA 3 – Marcha fúnebre

CENA 3

Odorico (Leonardo)

Dirceu (Marco)

Dorotéa (Laura Rege)

Dulcinéa (Raquel)

Judicéa (Lavinia)

 

TEXTO 4 – Pedro Lúcio e Wally

Narrador 2 – Mariana Matioli

Diálogo – Ana Laura, Marilia e Heitor

TEXTO 5 – Sophia Esperança

Narrador 3 – Gabriel Cani

TEXTO 6 – Lorenzo

CENA 4

Narrador 4 – Giovana Soares

Odorico (Leonardo)

Dorotea (Laura Rege)

 

CENA 5

Narrador 5 – Giovana Soares

TEXTO 7 – Ana Paula e Fábio

MÚSICA 4 – Viramundo

 

CENA 6

Narrador 6 – Vitor Hugo

TEXTO 8 – Sofia Paron e Duda

Odorico (Leonardo)

Dorotea (Laura Rege)

MÚSICA 5 – Nós Somos dois sem-vergonhas

 

CENA 7

Narrador 7 – Guilherme Shaw

TEXTO 9 – Mariana Trigo e Luiza Caporalli

 

CENA 8

Narrador 8 – Isabella Fernanda

Mestre Ambrosio (Valdir)

Odorico (Leonardo)

Dorotea (Laura Rege)

Dulcinea (Raquel)

 

TEXTO 10 – Guilherme B.

MÚSICA 6 – Carcará

 

CENA 9

Mestre Ambrosio (Valdir)

Odorico (Leonardo)

Zeca Diabo (Fabricio)

 

CENA 10

Narrador 9 – Ilara

Dulcinea (Raquel)

Odorico (Leonardo)

Neco (Lucas)

Zeca Diabo (Fabricio)

 

CENA 11

TEXTO 11 – Mariana Trigo

MÚSICA 7 – Ser ou Não Ser Corno

 

CENA 12

Dirceu (Marco)

Odorico (Leonardo)

Dorotea (Laura Rege)

Judicea (Lavinia)

Zeca Diabo (Fabricio)

TEXTO 12 – Bianca e Malu

MÚSICA 8 – Admirável Gado Novo

 

CENA 13

Narrador 10 – Julia Forgati

Odorico (Leonardo)

Vigário (Caio)

Judicea (Lavinia)

Moleza (João)

Demerval (Igor)

Beata (Alexia)

Dorotea (Laura Rege)

Tio Ilário (Lorenzo)

TEXTO 13 – Sophia Lucatelli, Luiza Caporalli e Laura Secco

MÚSICA CANTADA – Que país é esse?

 

CENA 14

Narrador 11 – Beatriz Susigan

Odorico (Leonardo)

Moleza (João)

Vigário (Caio)

Zeca Diabo (Fabricio)

Tio ILário (Lorenzo)

Neco (Lucas)

Judicea (Lavinia)

Dorotea (Laura Rege)

 

CENA 15

TEXTO 14 – Julia Mello e Giovana Barreto

 

FINAL

Neco (Lucas)

MÚSICA 9 – O Bem Amado

TEXTO 15 – Gabriela Arditi e Sofia Paron

MÚSICA 10 – Heart Cry

MÚSICA 11 – Tocando em frente (TODOS)